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O Brasil ocupa hoje o segundo lugar no envio de missionários ao exterior, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. Dados mostram que cerca de 38 mil brasileiros saem todos os anos para levar o evangelho a outros países, enquanto os americanos enviam aproximadamente 127 mil missionários.
A expansão confirma antigas profecias que apontavam o Brasil como um “celeiro para o mundo”. A ideia é de que o país não seria apenas um receptor do evangelho, mas também um exportador de missionários para diversos continentes.
A emissora norte-americana CBN News, uma das maiores redes de jornalismo cristão do mundo, esteve em São Paulo para mostrar como os brasileiros têm se destacado nessa área. A reportagem ouviu missionários e especialistas sobre o tema.
A missionária Daniele Silva, de Belo Horizonte, contou que desde 2014 atua em países da Ásia e do Oriente Médio. Em vez de pregar em púlpitos, ela abre cafeterias. “Com cada pessoa que entra, eu posso criar amizade, fortalecer vínculos e, com o tempo, compartilhar o amor de Cristo”, disse.
O deputado e pastor Marcelo Crivella lembrou de sua experiência na África do Sul, ainda no período do Apartheid. Para ele, a diversidade cultural brasileira facilita a aceitação em diferentes nações. “Aqui não somos vermelhos, nem brancos, nem negros, somos brasileiros. Essa mistura abre portas em muitos lugares”, afirmou.
Pesquisadores também destacam a força desse movimento. O teólogo Todd Johnson, do Gordon-Conwell Theological Seminary, disse que poucos sabem da atuação dos brasileiros em hospitais, vilas remotas e projetos sociais pelo mundo. “Eles têm levado a mensagem a alguns dos lugares mais difíceis do planeta”, explicou.
Outro entrevistado, Breno Vieitas, que serviu por 13 anos em Moçambique e Espanha, acredita que o modelo de missões precisa mudar. Ele defende que missionários atuem também em profissões comuns, tornando o trabalho mais sustentável. “Minha meta é preparar uma nova geração de missionários que consiga se manter no campo sem depender apenas de doações”, afirmou.
Esse movimento já alcança também a Europa. A missionária Rebeca Teixeira, ligada à Igreja do Evangelho Quadrangular, tem viajado pelo continente para apoiar jovens líderes. “Não importa se é em Portugal, Alemanha ou Dinamarca, cada lugar é uma oportunidade de ver a ação de Deus”, declarou.
Em 2020, o Brasil mostrou sua força missionária no evento The Send, quando 140 mil jovens lotaram três estádios para se comprometer com o envio de missionários. Outros dois milhões acompanharam online. Um dos momentos mais marcantes foi quando milhares levantaram seus sapatos, em gesto simbólico de disposição para ir às nações.
De cafeterias no Oriente Médio a novas igrejas na Europa, os missionários brasileiros estão mostrando ao mundo que a fé também pode ser levada de forma criativa, prática e sustentável.
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